Mais informação em https://en.unesco.org/
Mensagem de Audrey Azoulay, Diretora-Geral da UNESCO,
por ocasião do
Dia Internacional da Luz
16 de maio de 2021
A luz é um facto total e é isso que hoje celebramos neste Dia Internacional da Luz.
Simultaneamente medida do tempo, partícula fundamental e onda eletromagnética, a
luz fala-nos do universo. À medida que os cientistas aprendem a desvendar os seus
segredos, descobrem o que ela nos pode ensinar, são áreas inteiras da nossa
compreensão do mundo que se abrem a nós - e os limites do inteligível são
ultrapassados.
Esta é também, sem dúvida, a razão pela qual a luz é indissociável da criatividade
humana, desde as grutas decoradas do Paleolítico até às obras contemporâneas de
artistas visuais, escultores, fotógrafos, arquitetos, realizadores de cinema e diretores
de iluminação, cada um dos quais, à sua maneira, a materializa e amplia.
Cientistas e engenheiros também aprenderam a aproveitar as suas notáveis
propriedades de forma prática: desde os díodos emissores de luz (LEDs) que nos
impedem de tropeçar no escuro, à Internet de banda larga, passando pela medicina, a
agricultura, a energia, a ótica e muitos outros campos, a luz está em todo o lado - se
soubermos vê-la.
A luz está no centro da matéria, como demonstram projetos como o Centro
Internacional SESAME de radiação sincrotrónica para ciência experimental e
aplicações no Médio Oriente, um acelerador de partículas que foi inaugurado
precisamente a 16 de maio, e que permite às equipas de todo o Médio Oriente
desvendar mistérios através da luz.
Este dia é assim uma oportunidade para celebrarmos o poder da ciência e prestarmos
homenagem não só aos cientistas que a praticam, como também a todos aqueles que
a decifram e a divulgam - professores e educadores, amadores e curiosos.
De facto, estes últimos meses enfatizaram a importância do seu papel na difusão da
literacia-científica geral e no reforço da confiança na ciência.
A confiança continua a ser uma condição fundamental para que a ciência sirva o
interesse público. Esta é também a razão pela qual esta edição do Dia Internacional
da Luz está centrada neste tema crucial. As vacinas são uma poderosa demonstração
deste facto. Sem confiança e sem transparência, o progresso científico, por mais
necessário e excecional que seja, torna-se alvo de suspeita, desconfiança e rumores.
Contudo, não é um dado adquirido, deve ser conquistada abrindo a ciência à
sociedade, tornando-a compreensível e legível, e não a omitindo do debate
democrático sob o pretexto da sua natureza técnica. Só assim a ciência será capaz de
desenvolver todo o seu potencial. Por este motivo, os cientistas de todo o mundo,
incluindo os laureados com o Prémio Nobel e vencedores do Prémio L'ORÉAL-
UNESCO para as Mulheres na Ciência, estão empenhados em reforçar a confiança na
ciência através de uma grande campanha que é lançada neste Dia Internacional da
Luz.
Que este Dia, este ano novamente marcado pela pandemia e suas consequências,
seja uma oportunidade não só para celebrarmos a ciência, mas também para todos
aqueles que, tornando-a acessível, discutindo-a e questionando os seus limites, estão
a ajudar a torná-la um verdadeiro bem comum da humanidade.