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Neste oitavo Dia Internacional do Jazz, lembremo-nos das palavras proferidas pelo
grande Martin Luther King Jr. sobre o papel decisivo do jazz na construção de um
sentimento de identidade para os afro-americanos e tantas outras pessoas de todo o
mundo, “O jazz fala pela vida (...). Quando a vida não oferece ordem ou significado, o
músico cria-os a partir dos sons da terra que fluem através do seu instrumento ", disse
ele no Festival de Jazz de Berlim de 1964.
O Jazz é uma explosão de beleza nascida da opressão. É a música da improvisação e
da criação coletiva. Na sua essência, a liberdade e a abertura permitem que seja
adotado por culturas de todo o mundo, enriquecidas pelas tradições musicais e pelas
notas particulares de cada uma delas. O Jazz dá voz às lutas e aspirações de milhões
de pessoas e constitui um símbolo único de liberdade de expressão e de dignidade
humana. Em momento de crescente discórdia e divisão, o jazz representa uma
linguagem universal de paz.
A Austrália, que tem fortes ligações com o jazz, acolhe este ano o Dia Internacional do
Jazz com um concerto à escola mundial: o All-Star Global Concert, que terá lugar em
Melbourne e será transmitido em direto para milhões de pessoas em todo o mundo.
Atuará neste concerto o emblemático pianista de jazz e Embaixador da Boa Vontade
da UNESCO Herbie Hancock, que foi o primeiro a defender a criação de um "Dia
Internacional do jazz" e que tornou possível a sua proclamação em 2011. Juntar-se-ão
a ele um conjunto de artistas internacionais, entre eles o aclamado cantor de jazz
americano Dee Dee Bridgewater e o trompetista australiano James Morrison. Estarão
também em cena por todo o país, de Sydney a Perth, os vastos programas de edução
e sensibilização para o jazz que oferecem a oportunidade, sobretudo aos mais jovens,
de descobrir o jazz e até mesmo de experimentar um instrumento.
Além disso, milhares de manifestações serão organizadas em todo o mundo –
concertos, sessões de improvisação, projeções de filmes, conferências e mesas
redondas sobre temas ligados ao jazz. Encorajo assim cada um a participar e a fazer
parte desta história tão rica e em constante evolução dos ritmos e formas do jazz.
A UNESCO tem orgulho em colaborar com o Instituto de Jazz Herbie Hancock na
promoção desta magnífica forma de diálogo através da música. Neste Dia
Internacional do jazz, deixemo-nos guiar pelos valores e mensagens do jazz como
uma força unificadora e uma voz de esperança para tantas pessoas.
Audrey Azoulay