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Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres

25-11-2019 15:17

en.unesco.org/commemorations/eliminationofviolenceagainstwomenday

Mensagem de Audrey Azoulay, Diretora-Geral da UNESCO,

por ocasião do

Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres

25 de novembro de 2019

 

A Declaração sobre a Eliminação da Violência Contra as Mulheres define a violência contra as

mulheres como “todo e qualquer ato de violência baseado no género que cause, ou seja

suscetível de causar, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico para a mulher”,

abrangendo assim um perturbador conjunto de atos, nomeadamente os maus-tratos físicos, a

violação, as insinuações de natureza sexual indesejadas, os abusos sexuais, o casamento

forçado, a escravatura, a exploração sexual e a mutilação genital feminina. Esta violência é, com

frequência, simplesmente medida pelo número de feminicídios – ou seja o número de mulheres

mortas pelos seus parceiros ou por familiares. Atualmente, estima-se em 137 o número de

mulheres que morrem desta maneira todos os dias.

Contudo, esta estatística ignora as formas menos visíveis e mais insidiosas de violência contra

as mulheres. As jornalistas, por exemplo, são frequentemente alvo de discursos de ódio sexistas,

incluindo ameaças de violação e morte. De acordo com um estudo levado a cabo pela Federação

Internacional de Jornalistas, 64% das jornalistas já foram objeto de abuso online. Na política, as

mulheres enfrentam a discriminação e o assédio, o que limita a sua habilidade para participar

plenamente na vida política. O recente assassinato de mulheres políticas são uma demonstração

clara deste problema. As professoras são frequentemente vítimas de difamação, insultos e

ameaças – tanto por parte dos alunos como dos seus pais.

Perante esta violência, não estamos desarmados. Podemos, por exemplo, usar a inteligência

artificial, livre dos seus preconceitos sexistas, para fazer com que as mulheres sejam capazes de

se expressar livremente e com toda a segurança. Estas ferramentas podem identificar os casos

de cyberbullying, de discriminação online e de discursos de ódio, reportando-os

automaticamente aos moderadores e orientando as vítimas para um apoio apropriado. Um

grupo de cinco jovens quenianas, autodenominadas- “The Restorers”, criaram uma aplicação

para ajudar mais de 200 milhões de raparigas e mulheres que foram sujeitas a mutilação genital

ou a excisão. Temos que aproveitar o poder desta tecnologia e colocá-la ao serviço da igualdade

de género.

A sociedade não poderá prosperar se a metade da população viver com medo de ser agredida.

Por este motivo, a UNESCO celebra, a 25 de novembro, o Dia Internacional para a Eliminação da

Violência contra as Mulheres, seguido dos 16 Dias de Ação contra a Violência de Género. Este

ano, a UNESCO leva a cabo uma campanha nos media sociais para apresentar histórias de

mulheres de todo o mundo. Partilhem as vossas fotografias e os vossos vídeos utilizando os

hashtags #25Nov e #IDEVAW para nos ajudarem a dizer não à violência contra as mulheres.

Mensagem de Audrey Azoulay, Diretora-Geral da UNESCO,
 
por ocasião do
 
Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres
 
25 de novembro de 2019
 
A Declaração sobre a Eliminação da Violência Contra as Mulheres define a violência contra as
mulheres como “todo e qualquer ato de violência baseado no género que cause, ou seja
suscetível de causar, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico para a mulher”,
abrangendo assim um perturbador conjunto de atos, nomeadamente os maus-tratos físicos, a
violação, as insinuações de natureza sexual indesejadas, os abusos sexuais, o casamento
forçado, a escravatura, a exploração sexual e a mutilação genital feminina. Esta violência é, com
frequência, simplesmente medida pelo número de feminicídios – ou seja o número de mulheres
mortas pelos seus parceiros ou por familiares. Atualmente, estima-se em 137 o número de
mulheres que morrem desta maneira todos os dias.
Contudo, esta estatística ignora as formas menos visíveis e mais insidiosas de violência contra
as mulheres. As jornalistas, por exemplo, são frequentemente alvo de discursos de ódio sexistas,
incluindo ameaças de violação e morte. De acordo com um estudo levado a cabo pela Federação
Internacional de Jornalistas, 64% das jornalistas já foram objeto de abuso online. Na política, as
mulheres enfrentam a discriminação e o assédio, o que limita a sua habilidade para participar
plenamente na vida política. O recente assassinato de mulheres políticas são uma demonstração
clara deste problema. As professoras são frequentemente vítimas de difamação, insultos e
ameaças – tanto por parte dos alunos como dos seus pais.
Perante esta violência, não estamos desarmados. Podemos, por exemplo, usar a inteligência
artificial, livre dos seus preconceitos sexistas, para fazer com que as mulheres sejam capazes de
se expressar livremente e com toda a segurança. Estas ferramentas podem identificar os casos
de cyberbullying, de discriminação online e de discursos de ódio, reportando-os
automaticamente aos moderadores e orientando as vítimas para um apoio apropriado. Um
grupo de cinco jovens quenianas, autodenominadas- “The Restorers”, criaram uma aplicação
para ajudar mais de 200 milhões de raparigas e mulheres que foram sujeitas a mutilação genital
ou a excisão. Temos que aproveitar o poder desta tecnologia e colocá-la ao serviço da igualdade
de género.
A sociedade não poderá prosperar se a metade da população viver com medo de ser agredida.
Por este motivo, a UNESCO celebra, a 25 de novembro, o Dia Internacional para a Eliminação da
Violência contra as Mulheres, seguido dos 16 Dias de Ação contra a Violência de Género. Este
ano, a UNESCO leva a cabo uma campanha nos media sociais para apresentar histórias de
mulheres de todo o mundo. Partilhem as vossas fotografias e os vossos vídeos utilizando os
hashtags #25Nov e #IDEVAW para nos ajudarem a dizer não à violência contra as mulheres.