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Dia Mundial da Arte

15-04-2021 08:18

Mais informações em: https://en.unesco.org/commemorations/worldartday

 

Mensagem de Audrey Azoulay, Diretora-Geral da UNESCO,

por ocasião do Dia Mundial da Arte

15 de abril de 2021

 

Aproximar, inspirar, apaziguar, partilhar: estes são os poderes da arte, cuja

importância é ainda mais evidente nestes tempos da pandemia de COVID-19. Numa

altura em que centenas de milhares de pessoas são diretamente afetadas pelo vírus e

que outros milhares estão confinados ou na linha da frente da luta contra a pandemia,

este Dia Mundial constitui um oportuno lembrete de que a arte tem o poder de unir e

de estabelecer laços em tempos de crise.

Desde março de 2020, assistimos a um florescimento de iniciativas de artistas e

instituições para oferecer uma fonte de resiliência através da cultura. É inegável que

estes tempos de pandemia representam também um período de abertura ao outro e à

cultura, reforçando os laços entre a criação artística e a sociedade. Para superar a crise

e inspirar o futuro, tal como deve ser assegurada uma continuidade educativa, deve

também ser assegurada uma continuidade cultural.

Por este motivo, a nossa Organização deseja saudar a solidariedade demonstrada

pelos artistas e instituições num momento em que a arte está a ser duramente

atingida pelos efeitos de uma crise global - sanitária, mas também económica e social.

De facto, o encerramento prolongado de museus, teatros e salas de espetáculos, assim

como o cancelamento de concertos ou festivais, mergulharam muitas instituições na

incerteza. Num setor em que os empregos são frequentemente informais e precários,

e na ausência de proteção social adequada, os artistas e profissionais da cultura ficam

demasiadas vezes desamparados perante estas perdas de rendimento.

Constatamos assim como é necessário defender um estatuto adequado para os

artistas, tal como preconizado na Recomendação da UNESCO de 1980, no sentido de

reforçar tanto o respeito dos seus direitos como a resiliência das artes e da cultura.

Por outro lado, para o público, este período aumenta as desigualdades em termos de

acesso à cultura e à diversidade das expressões culturais. De facto, as medidas limitam

severamente a capacidade do público de usufruir da grande diversidade de bens e

serviços culturais. Além disso, estas desigualdades são ainda mais acentuadas no caso

de grupos vulneráveis que são frequentemente afetados pelo fosso digital - como

milhões de mulheres e povos indígenas - e que têm ainda mais dificuldade em aceder à

cultura.

Assim, para manter a arte viva, agora e no futuro, existe um duplo desafio: por um

lado, apoiar os profissionais da cultura e as instituições culturais e, por outro lado,

promover o acesso à arte para todos.

Num desafio de justiça e igualdade, e a fim de melhor identificar as necessidades

prioritárias, é necessário ouvir todas as vozes do mundo artístico na sua globalidade e

diversidade. Foi assim para afirmar a resiliência da arte neste período e preparar o

futuro, que a UNESCO lançou o movimento "ResiliArt" exatamente há um ano atrás.

Até à data, mais de 1 200 artistas e profissionais participaram em centenas de debates

em todo o mundo, resultando na formulação de 100 recomendações para inspirar a

ação política.

Pois estes desafios só poderão ser enfrentados através de políticas culturais de grande

envergadura concebidas para ajudar as comunidades criativas a ultrapassar esta crise e

a proteger e melhorar o estatuto dos artistas. Foi dentro deste mesmo espírito que a

UNESCO publicou em outubro de 2020 o guia político "A Cultura em Crise", que

estabelece medidas concretas de apoio através das quais os Estados de todo o mundo

têm sido capazes de apoiar as indústrias culturais e criativas.

"Assim como o homem precisa de oxigénio para sobreviver, também precisa de arte e

de poesia": esta crise lembra-nos, como salientou Aimé Césaire, como a arte e a

cultura são vitais para a humanidade, como elas são o fermento da nossa unidade e

resiliência. Mostremos, através da nossa participação neste grande impulso para a

cultura, que neste período de distanciamento social, a arte nos aproxima mais do que

nunca.

Mensagem de Audrey Azoulay, Diretora-Geral da UNESCO,
 
por ocasião do Dia Mundial da Arte
 
15 de abril de 2021
 
Aproximar, inspirar, apaziguar, partilhar: estes são os poderes da arte, cuja
importância é ainda mais evidente nestes tempos da pandemia de COVID-19. Numa
altura em que centenas de milhares de pessoas são diretamente afetadas pelo vírus e
que outros milhares estão confinados ou na linha da frente da luta contra a pandemia,
este Dia Mundial constitui um oportuno lembrete de que a arte tem o poder de unir e
de estabelecer laços em tempos de crise.
Desde março de 2020, assistimos a um florescimento de iniciativas de artistas e
instituições para oferecer uma fonte de resiliência através da cultura. É inegável que
estes tempos de pandemia representam também um período de abertura ao outro e à
cultura, reforçando os laços entre a criação artística e a sociedade. Para superar a crise
e inspirar o futuro, tal como deve ser assegurada uma continuidade educativa, deve
também ser assegurada uma continuidade cultural.
Por este motivo, a nossa Organização deseja saudar a solidariedade demonstrada
pelos artistas e instituições num momento em que a arte está a ser duramente
atingida pelos efeitos de uma crise global - sanitária, mas também económica e social.
De facto, o encerramento prolongado de museus, teatros e salas de espetáculos, assim
como o cancelamento de concertos ou festivais, mergulharam muitas instituições na
incerteza. Num setor em que os empregos são frequentemente informais e precários,
e na ausência de proteção social adequada, os artistas e profissionais da cultura ficam
demasiadas vezes desamparados perante estas perdas de rendimento.
Constatamos assim como é necessário defender um estatuto adequado para os
artistas, tal como preconizado na Recomendação da UNESCO de 1980, no sentido de
reforçar tanto o respeito dos seus direitos como a resiliência das artes e da cultura.
 
DG/ME/ID/2021/17 – Original Francês
Por outro lado, para o público, este período aumenta as desigualdades em termos de
acesso à cultura e à diversidade das expressões culturais. De facto, as medidas limitam
severamente a capacidade do público de usufruir da grande diversidade de bens e
serviços culturais. Além disso, estas desigualdades são ainda mais acentuadas no caso
de grupos vulneráveis que são frequentemente afetados pelo fosso digital - como
milhões de mulheres e povos indígenas - e que têm ainda mais dificuldade em aceder à
cultura.
Assim, para manter a arte viva, agora e no futuro, existe um duplo desafio: por um
lado, apoiar os profissionais da cultura e as instituições culturais e, por outro lado,
promover o acesso à arte para todos.
Num desafio de justiça e igualdade, e a fim de melhor identificar as necessidades
prioritárias, é necessário ouvir todas as vozes do mundo artístico na sua globalidade e
diversidade. Foi assim para afirmar a resiliência da arte neste período e preparar o
futuro, que a UNESCO lançou o movimento "ResiliArt" exatamente há um ano atrás.
Até à data, mais de 1 200 artistas e profissionais participaram em centenas de debates
em todo o mundo, resultando na formulação de 100 recomendações para inspirar a
ação política.
Pois estes desafios só poderão ser enfrentados através de políticas culturais de grande
envergadura concebidas para ajudar as comunidades criativas a ultrapassar esta crise e
a proteger e melhorar o estatuto dos artistas. Foi dentro deste mesmo espírito que a
UNESCO publicou em outubro de 2020 o guia político "A Cultura em Crise", que
estabelece medidas concretas de apoio através das quais os Estados de todo o mundo
têm sido capazes de apoiar as indústrias culturais e criativas.
"Assim como o homem precisa de oxigénio para sobreviver, também precisa de arte e
de poesia": esta crise lembra-nos, como salientou Aimé Césaire, como a arte e a
cultura são vitais para a humanidade, como elas são o fermento da nossa unidade e
resiliência. Mostremos, através da nossa participação neste grande impulso para a
cultura, que neste período de distanciamento social, a arte nos aproxima mais do que
nunca.