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Mensagem de Audrey Azoulay, Diretora-Geral da UNESCO,
por ocasião da 10ª edição do Dia Mundial da Rádio
“Novo Mundo, Nova Rádio”
13 de fevereiro de 2021
Ao celebrarmos a 10ª edição deste Dia Mundial, damo-nos conta de como o ano que há pouco
terminou sublinhou o facto da rádio, este jovem meio de comunicação de 110 anos de idade,
continuar a ser essencial para as nossas sociedades contemporâneas.
A pandemia recordou-nos o seu importante valor acrescentado: com uma taxa de penetração
superior a 75% nos países em desenvolvimento, a rádio continua a ser o meio mais acessível.
Por este motivo, a rádio tem sido um instrumento privilegiado no âmbito da nossa resposta à
crise.
A rádio tem contribuído para salvar vidas através da transmissão de instruções sanitárias, da
difusão de uma informação fiável e também do combate ao discurso de ódio. A UNESCO
aproveitou este potencial produzindo mensagens áudio livres de direitos de autor em 56
línguas e oferecendo-as a estações de rádio de todo o mundo para contrariar falsos rumores.
Além disso, a rádio permitiu assegurar a continuidade da aprendizagem para as populações
que só podiam ser alcançadas através dela. Desde modo, graças à Coligação Mundial para a
Educação, a UNESCO desenvolveu uma autêntica pedagogia das ondas. Por exemplo, na
República Democrática do Congo, a nossa Organização desenvolveu e divulgou conteúdos
educativos para mais de quatro milhões de alunos, transmitidos em estações de rádio
comunitárias.
A rádio continua assim a ser um meio indispensável que demonstra diariamente a sua
resiliência e a sua capacidade de inovação.
Neste século das imagens, a rádio continua a ser a nossa companhia todas as manhãs, o eco
das nossas noites, o espelho íntimo de um mundo que deve ser ouvido para ser
compreendido. Com o universo das web rádios, podcasts, smartphones e das novas
tecnologias, a rádio está a florescer numa verdadeira segunda juventude.
Com o tema desta edição do Dia Mundial da Rádio, "Novo Mundo, Nova Rádio", reafirmamos o
papel central da rádio, no presente e no futuro.
Pois, mais do que nunca, precisamos deste meio de comunicação universal, humanista,
portador de liberdade. Pois, sem a rádio, o direito à informação, à liberdade de expressão e,
com ela, às liberdades fundamentais, ficariam fragilizados; o mesmo se aplica à diversidade
cultural, uma vez que as rádios comunitárias são a voz daqueles que não a têm.
Neste Dia Mundial da Rádio, a UNESCO apela a todos - ouvintes, emissoras e profissionais do
setor audiovisual - para que celebrem a rádio e os seus valores e promovam uma informação
fiável como um bem comum.